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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Apagando o Fogo da Raiva





Apagando o Fogo da Raiva
Quando você está concentrado na sua respiração, você assume o controle da sua mente, você impede que você seja dominado por energias negativas que alimentam a raiva.

Uma pessoa do mal, vive para despertar o ódio nas pessoas, assim, ela fragiliza sua aura, assim, o mal se alimenta da sua energia e desperta dentro de nós o que temos de pior e ai, lutamos no campo do inimigo, é  com o ódio que ele fica forte e invade nossa mente.  Nesse momento alimentamos o nosso animal destruidor...e o animal do adversário.

Uma mulher bonita que vive com um homem que inferniza sua vida, e se ela vive com ódio,  vai perdendo aos poucos sua beleza, seu magnetismo; muitas engordam muito e depois ele  abandona a mulher e encontra uma outra mulher bonita para que ele possa destruir sua beleza.


O psicopata se diverte com  a raiva do outro, ele manipula conscientemente seu adversário, ele rouba, calunia, trai o outro e depois assiste se divertindo o desespero do outro. Podemos ver isso nas empresas, muitas vezes a pessoa é competente mas, não tem estabilidade emocional e por isso perde o controle do seu barco profissional, basta encontrar um psicopata pela frente que ele cai da “cadeira” ou per perde o emprego.dharmadhannya. 

Como Salvar sua Casa?
Quando alguém diz ou faz alguma coisa que nos deixa com raiva, nós sofremos. Temos a tendência de dizer ou fazer de volta alguma coisa que também provoque sofrimento na outra pessoa, na esperança de assim sofrermos menos. Pensamos:

 "Quero punir você, quero fazer você sofrer porque você me fez sofrer. E quando eu perceber que você está sofrendo bas­tante, eu me sentirei melhor.”

São muitos os que acreditam nessa prática infantil. O que acontece é que, quando você faz o outro também sofrer, ele tentará sentir alívio fazendo você sofrer mais ainda. Cria-se assim um processo progressivo do sofrimento de ambas as partes. Na verdade, as duas pessoas necessitam de compaixão e ajuda.

Nenhuma das duas precisa ser punida. Quando você sentir raiva, volte-se para dentro de si mesmo e cuide dela o melhor que puder. E quando alguém fizer você sofrer, cuide do seu sofrimento e da sua raiva.

 Não diga nem faça nada. Qualquer coisa que você diga quando está com raiva pode causar ainda mais dano ao relacionamento.

No entanto, a maioria de nós não faz isso. Em vez de nos voltarmos para dentro de nós e cuidarmos da raiva, queremos ir atrás cia outra pessoa para puni-la.

Se sua casa estiver pegando fogo, a coisa mais urgente que você tem a fazer é tentar apagar o incêndio e não correr atrás da pessoa que o provocou. Esta não seria uma atitude sábia.
 Da mesma maneira, quando você sente raiva, se continuar a discutir com a outra pessoa, se tentar puni-la, você estará agindo exatamente como aquele que corre atrás do criminoso enquanto as chamas estão devorando a casa dele.

Ferramentas para esfriar as chamas

O Buda nos deu, instrumentos extremamente eficazes para apagar o fogo que arde dentro de nós:

o método da respiração consciente, o método do andar consciente, o método de abraçar nossa raiva, o método de examinar profundamente a natureza das nossas percepções e o método de observar pro­fundamente a outra pessoa para compreender que ela tam­bém sofre muito e precisa de ajuda.

 Esses métodos são muito práticos e procedem diretamente do Buda.

Inspirar conscientemente é saber que o ar está entrando no corpo e expirar conscientemente é saber que o corpo está permutando ar.

Assim, você fica em contato com o ar e com o seu corpo, e como sua mente está atenta a tudo isso, você fica em contato com ela também. Basta apenas uma única respiração consciente para voltar a ter contato com você e com tudo em torno, e três respirações conscientes para manter esse contato.

Quando estiver andando de um lado para outro da sala, ou de um prédio para outro, permaneça consciente do contato dos seus pés com o solo e do contato do ar à medida que ele entra e sai do seu corpo.

 Procure descobrir o número de pas­sos que você pode dar com conforto enquanto inspira e quantos você pode dar enquanto solta o ar dos pulmões.

 En­quanto inspirar, você pode dizer mentalmente “entrando”, e quando expirar, “soltando”. Desta forma você estará praticando meditação sempre que andar e, com isso, poderá transformar a vida do dia-a-dia.

Não o basta ler livros a respeito de diferentes tradições espiri­tuais ou realizar seus rituais. O importante é praticar os ensi­namentos dessas tradições, porque são eles que podem nos transformar, não importa a religião ou tradição espiritual a que pertencemos.

Se você procurar praticar aquilo que estou lhe ensinando, deixará de ser um mar de fogo e se tornará um lago refrescante. Seu sofrimento vai diminuir e você se tornará uma fonte de alegria e felicidade para muitas pessoas à sua volta.

Qual a nossa aparência quando estamos com raiva?

Sempre que surgir a raiva, pegue um espelho e olhe para seu reflexo. Quando você sente raiva, centenas de músculos do seu rosto ficam muito tensos e você deixa de ser uma pessoa boni­ta. Sua face parece uma bomba prestes a explodir.

 Olhe para alguém que está com raiva. Quando nota a tensão nessa pes­soa, você leva um susto. A bomba dentro dela pode explodir a qualquer minuto. Por isso, é muito útil olhar para nós mes­mos nos momentos em que estamos com raiva.

 Este é o sino destinado a alertar a mente, pois, quando você se vê dessa ma­neira, sente vontade de fazer alguma coisa para se modificar.

Você sabe o que precisa fazer para melhorar sua aparência. Não são necessários cosméticos, basta respirar profunda e tranquilamente, relaxar e sorrir conscientemente.

Se você conseguir fazer isso uma ou duas vezes, sua aparência ficará mais boni­ta. Olhe-se simplesmente no espelho, inspire com calma, solte o ar sorrindo e você sentirá um grande bem-estar.

Como já disse, a raiva é um fenômeno psicológico, mas es­tá estreitamente ligada a elementos biológicos e bioquímicos.

Ela faz os músculos ficarem tensos, mas quando você sorri abertamente começa a relaxar e a raiva diminui. O sorriso permite que a energia da plena consciência nasça em você, deixando-o abraçar a raiva.

Antigamente, os servos dos reis e das rainhas sempre ti­nham consigo um espelho para verificarem sua aparência quando o monarca recebia um visitante.

 Experimente fazer isso. Carregue com você um espelho e mire-se nele para ver qual o seu estado. Depois de inspirar e expirar algumas vezes, sorrindo para si mesmo, a tensão será substituída pelo alívio.

Abraçando a raiva com a luz do sol da plena consciência

A raiva é como um bebê que grita, sofre e chora. Ele pre­cisa que a mãe o abrace. Você é a mãe do seu bebê - a sua raiva. No momento em que começa a praticar a respiração consciente, você possui a energia de uma mãe para embalar e abraçar o bebê.

 Abraçar a raiva, inspirar e soltar o ar já é suficiente. O bebê sentirá um alívio imediato.

Todas as plantas são nutridas pela luz do sol, e todas são sensíveis a ela. Qualquer vegetação que é abraçada pela luz do sol passa por uma transformação. De manhã, as flores ainda não se abriram, mas, quando o sol aparece, sua luz abraça as flores e tenta penetrá-las.

 A luz do sol é formada por minúsculas partículas chamadas fótons. Estes penetram gradualmente na flor, um por um, até que muitos conseguem chegar do lado de dentro. A flor então deixa de resistir e se abre para a luz do sol.

Do mesmo modo, todas a formações mentais e fisiológicas existentes em nós são sensíveis à plena consciência. Se esta estiver presente, abraçando seu corpo, ele se transformará. Se a plena consciência estiver presente, abraçando sua raiva ou seu desespero, estes também serão transformados. De acordo o Buda e segundo a nossa experiência, qualquer coisa que receba o abraço da plena consciência passará por uma transformação.

A raiva é como uma flor. No início, você pode não compreender a natureza da sua raiva ou por que ela se manifestou.

Mas, se você souber como abraçá-la com a energia da plena consciência, ela começará a se abrir. Para gerar a energia da plena consciência e abraçar à raiva, você pode ficar na posição sentada, acompanhando mentalmente sua respiração, ou praticar a meditação andando e concentrando-se em cada passo.

 Depois de dez ou vinte minutos, a raiva terá se aberto para você e, de repente, você verá sua verdadeira natureza. Ela pode ter surgido apenas por causa de uma percepção errada ou da falta de habilidade de alguém que não tinha a intenção de lhe causar sofrimento.

Cozinhando a raiva

Para que a flor da raiva se abra, você precisa manter a plena consciência durante um certo período de tempo. É como quando se cozinha batatas: você coloca as batatas na panela, tampa a panela e a põe no fogo.

Mesmo que a chama esteja muito alta, se você desligar o fogo passados cinco mi­nutos, as batatas não estarão cozidas. Você precisa manter o fogo aceso pelo menos durante quinze ou vinte minutos para as batatas cozinharem. Depois disso, você destampa a panela e sente o delicioso aroma das batatas cozidas.

A raiva é assim. Ela precisa ser cozida. No início, ela está crua. Você não pode comer batatas cruas. É muito difícil gostar da raiva, mas, se você souber cuidar dela, souber cozi­nhá-la, a energia negativa da raiva se transformará na energia positiva do entendimento e da compaixão.

Você é capaz de fazer isso. Não é algo que somente um Grande Ser possa fazer. Você também pode. Você é capaz de transformar o lixo da raiva na flor da compaixão.

Muitos con­seguem fazer isso em apenas quinze minutos. O segredo é continuar a prática da respiração consciente, a prática do an­dar consciente, gerando a energia da plena consciência a fim de abraçar a raiva.

Abrace a raiva com bastante ternura. Ela não é sua inimiga, ela é seu bebê. Ela é como seu estômago ou seu pulmão. Quando tem algum problema no pulmão ou no estômago, você não pensa em jogar o órgão fora.

 O mesmo acontece com relação à raiva. Você a aceita porque sabe que pode cuidar dela. Você é capaz de transformá-la numa energia positiva.

Como transformar o lixo em flores
O jardineiro orgânico não pensa em jogar fora o lixo. Ele sabe que precisa do lixo, pois é capaz de transformá-lo em adubo composto, para que este possa novamente se trans­formar em alface, pepino, rabanete e flores. Ao praticar os ensinamentos, você é uma espécie de jardineiro, um jar­dineiro orgânico.

Tanto a raiva quanto o amor possuem uma natureza orgâni­ca, o que significa que ambos podem mudar. O amor pode se transformar em ódio. Você sabe muito bem disso. Muitos de nós começamos os relacionamentos com um amor muito intenso.

 Tão intenso que acreditamos que não conseguiremos sobreviver sem nosso parceiro. No entanto, se não estivermos plenamente conscientes, um ou dois anos são suficientes para que o amor se transforme em ódio.

Então, na presença do nosso parceiro, nós nos sentimos muito mal. Viver juntos se torna impossível, e a única saída passa a ser o divórcio. O amor se transformou em ódio, nossa flor virou lixo. Mas, com a energia da plena consciência, você pode olhar para o lixo e afirmar: “Não estou com medo. Sou capaz de transformar o lixo novamente em amor.”

Se você enxergar em si mesmo os elementos do lixo, como o medo, o desespero e o ódio, não entre em pânico. Na quali­dade de um bom jardineiro orgânico, de uma pessoa que pratica bem os ensinamentos, você tem condições de enfren­tar essa situação:

 “Reconheço que existe lixo em mim. Vou transformar esse lixo num adubo composto capaz de fazer meu amor reaparecer.”

Aqueles que têm confiança na prática da plena consciência não pensam em fugir de um relacionamento difícil.

 Quando você conhece e pratica as técnicas da respiração consciente, do andar consciente, do sentar consciente e do comer cons­ciente, você consegue gerar a energia da plena consciência e abraçar sua raiva ou seu desespero.

O simples fato de você acolhê-los e abraçá-los já lhe trará alívio. Depois, sem afrou­xar o abraço, você pode se dedicar à prática de examinar pro­fundamente a natureza da sua raiva.

A prática, portanto, encerra duas fases. A primeira envolve o abraçar e o reconhecer: “Minha querida raiva, sei que você está presente, estou cuidando muito bem de você.” A segun­da fase consiste em contemplar profundamente a natureza da sua raiva para ver como ela surgiu.

Cuidando do bebê, a raiva
Você precisa ser como a mãe que presta atenção ao choro do bebê. Se a mãe está trabalhando na cozinha e ouve o bebê chorar, ela para qualquer coisa que esteja fazendo e corre para confortar seu filho.

Ela pode estar preparando uma ótima sopa, mas nada é mais importante do que o sofrimento do bebê. O surgimento da mãe no quarto do bebê é como a luz  do Sol, porque ela está repleta do calor do amor, do cuidado e da ternura.

 A primeira coisa que ela faz é pegar o bebê e abraçá-lo com carinho. Quando a mãe abraça o bebê, sua energia penetra nele e o acalma.

É exatamente isso que você precisa aprender a fazer quando a raiva começar a se mani­festar. Você tem que abandonar tudo que estiver fazendo, porque a tarefa mais importante que você tem diante de si é se voltar para dentro e tomar conta do seu bebê, a raiva. Nada é mais urgente do que cuidar bem do seu neném.

Você se lembra que, quando era criança e tinha febre, mesmo que lhe dessem aspirina ou algum outro remédio, você só se sentia melhor quando sua mãe punha a mão na sua testa escaldante? A sensação era tão boa!

 A mão dela pare­cia a mão de uma deusa. Quando ela o tocava, você sentia um grande frescor, amor e compaixão entrando no seu corpo. A mão da sua mãe é a sua própria mão.

A mão dela ainda estará viva na sua se você souber como inspirar e expirar, se você ficar plenamente consciente. Depois, ao tocar sua testa com sua própria mão, você perceberá que a mão da sua mãe ainda está presente, tocando sua testa. Você receberá a mesma energia de amor e ternura.
A mãe segura de forma consciente o bebê, totalmente con­centrada nele. O bebê sente um certo alívio porque está sen­do abraçado com ternura pela mãe, como a flor que é envol­vida pela luz do sol.

Ela abraça o bebê não apenas porque o ama, mas também para descobrir o que há de errado com ele. Como ela é uma verdadeira mãe, extremamente talentosa, consegue descobrir rapidamente o problema do neném. Ela é especialista em bebês.

Na qualidade de praticantes dos ensinamentos, temos que ser especialistas em raiva. Temos que cuidar da nossa raiva e praticar até compreender a sua origem e o seu funcionamento.

Abraçando o bebê
Ao abraçar conscientemente o bebê, a mãe descobre a causa do sofrimento dele e fica muito mais fácil para ela corrigir situação. Se o bebê está com febre, ela lhe dará um remédio para baixar a febre. Se estiver com fome, ela o alimentará, e se a fralda estiver molhada, ela a trocará.

Como praticantes, é exatamente isso que fazemos. Abraçamos conscientemente nosso bebê - a raiva - para obtermos alívio. Continuamos a praticar a respiração consciente e o andar consciente, como uma canção de ninar para a nossa raiva. A energia da plena consciência penetra na energia da raiva, exatamente como a energia da mãe penetra na energia do bebê. Não existe nenhuma diferença. Se você souber sorrir, praticar a respiração consciente e a meditação, concentrando- se nos seus passos, é certo que sentirá alívio em cinco, dez ou quinze minutos. Texto de Thich Nhat Hanh

Este texto está livre para divulgação desde que seja citada a fonte, o blog de origem. 

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