Astrologia Cármica e as
Casas nos mapas -
Primeira parte
Primeira parte
Apontamentos para aula - nº 1 e 2 e 3
António Rosa ·
Devido à sua extensão, este artigo foi dividido em 3 partes/posts.
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Estão autorizados a levar o texto para efeitos de
estudo.
«Na realidade “o tempo”
fora da terceira dimensão não existe, portanto
o que classifica como
passado está ocorrendo no eterno agora.»
Astrid Ananbelle [daqui]
Introdução
A Trajetória Cósmica do
Nosso Espírito:
Astrologia Cármica,
Reencarnação e Espiritualidade
Haveria muito a dizer sobre a forma circular do mapa astrológico: o círculo é
um perfeito símbolo de unidade. O tema é uma mandala, isto é, uma visão do mundo, encerrada num círculo
geometricamente dividido, cuja estrutura ajuda à meditação.
Assim, o tema torna-se um "suporte de
mancia": um objecto que, pela sua forma, permite que a intuição seja
libertada. Os videntes de toda a Antiguidade utilizaram o fogo, a fumaça, os
seixos jogados ao acaso no solo, etc.
A intuição divinatória costumava ter necessidade de um suporte para se
manifestar: não há dúvida de que o mapa astral representa também esse papel; a
sua forma redonda, as suas divisões geométricas ativam os mecanismos secretos
da intuição.
A cruz formada pelo horizonte e o meridiano, inscrita nos 360° da
circunferência, são os símbolos eternos que falam ao subconsciente de cada um
de nós.
A divisão do espaço celeste em quatro quadrantes, cada um com três casas, ou
seja, 12, tem ressonâncias numerológicas e simbólicas tão fortes, que todas as
religiões do mundo o utilizaram.
Mandala é
uma palavra indiana, mas a realidade é universal.
A estrutura íntima do cosmos
está provavelmente baseada nos números 3, 4 e 12. As religiões cristãs falam
das "12 tribos de Israel", dos “12 Apóstolos”, dos “4
Evangelistas”, da “Santíssima Trindade”, etc. quatro e três são sete, e se
combinam ainda em 9, 12, 45 e tantos números "sagrados" utilizados
pela astrologia.
A acrescentar a isto a ideia transmitida pela entidade Kryon, do Serviço
Magnético, que diz que a matemática cósmica tem o sistema 12 como suporte
universal e não o sistema decimal, como o utilizamos nesta nossa terceira
dimensão, aqui na Terra.
A divisão do mapa em 12
casas delimitadas pelos quatro Ângulos do Céu é fundamental.
As casas são campos vitais, nos quais se aplica a nossa energia. Isso é válido
não só para esta vida, como também para toda a nossa trajetória cósmica -
compreendendo também as nossas vidas precedentes.
Teoricamente, a Terra está no centro do tema. Os detractores da astrologia vêem
nisso uma prova de sua falsidade, já que sabemos bem que a Terra não é o centro
do nosso sistema solar.
A isto pode-se
responder que o tema descreve o nosso ponto de vista de terreno. Quando
tivermos adquirido “perfeição” e
objetividade, quando estivermos livres das cargas terrestres, passaremos para
um plano cósmico solar: poderemos ter então um tema "visto do Sol" –
o chamado sistema heliocêntrico. Atualmente, aliás, muitos astrólogos utilizam
tais temas, já nessa perspectiva espiritual.
O ASCENDENTE
Representa o estado presente da entidade, o "ponto" da sua evolução
para esta encarnação. A partir desse local-chave organiza-se todo o horóscopo,
esse mapa do céu que a pessoa "assinou" antes de nascer.
O Ascendente e
a casa 1 exteriorizam a personalidade da pessoa nesta encarnação -
mas não necessariamente o seu Ser profundo. Certos espaços dele mesmo podem
permanecer secretos, ocultos enquanto dura esta vida.
Muito
simplesmente porque a entidade decidiu desenvolver uma aptidão, em vez de
outra, que está programada para a vida seguinte: não se pode procurar um
desenvolvimento em todos os sentidos, ao mesmo tempo!
O crescimento da alma é um longo trabalho que se faz
de vida para vida, um detalhe após o outro. Recantos inteiros do nosso ser
permanecem adormecidos a cada encarnação.
A partir do Ascendente, há quem pense que as casas 2, 3, etc. indicam vidas
a vir, ao passo que, regredindo no sentido inverso, as casas 12, 11, 10, etc. significam
as vidas precedentes, a começar pela última.
Inúmeros autores pensam que nós encarnamos segundo a ordem dos signos, de modo
a aprender sucessivamente as 12 lições cósmicas inscritas no Zodíaco. Esse
será, certamente, um dos segredos esotéricos melhor guardados da humanidade.
Pensa-se que as pessoas que têm uma casa 12
muito "habitada" por um número importante de planetas, entre os quais
Neptuno, já cumpriram todo um ciclo. Seria a sua última encarnação, para esse
ciclo.
Mas é provável que percorramos várias vezes o Zodíaco a fim de rematar o que
não fora terminado. A roda das casas e dos signos representa a "roda
das reencarnações", ou Samsara indiano.
O Ascendente seria então como um dos
ponteiros de um relógio sobre um quadrante, indicando a hora da evolução da
alma. Em suma, em que ponto ela está, na sua jornada cósmica. (Cf.
a Bíblia: "Para mim, um dia é como mil anos", diz o Senhor.)
O Ascendente indica
onde plantamos a nossa tenda, nessa viagem através do tempo e dos espaços
interplanetários. É exatamente uma etapa.
AS CASAS DE ÁGUA
As três casas que correspondem, por analogia, aos três signos da Água: a casa
4, de Câncer/Caranguejo, a casa 8, de Escorpião, a casa 12 de Peixes, parecem
estreitamente ligadas às coisas cármicas.
Elas contêm uma enorme quantidade de informações
sobre as nossas vidas anteriores. Todas as três estão carregadas de um passado
que ainda nos marca, sobretudo se são densamente habitadas.
Planetas
retrógrados, nós, luminárias, recebendo inúmeros aspectos, revelam as suas
dimensões cármicas nessas casas.
A casas 12, 8 e 4 trazem os reflexos que adquirimos nas nossas vidas
anteriores, reações emocionais criadas pelos traumatismos e erros de outrora. Devemos
livrar-nos desses resíduos afetivos e físicos, desses comportamentos do
passado, para nos adaptarmos à nova encarnação.
Mas podemos
decifrá-los ainda claramente nessas casas. As pessoas com "casas da
Água" muito fortes, aliás, têm, em geral, reminiscências bastante fortes
das suas vidas anteriores.
Frequentemente
são muito mediúnicos ou possuem enorme clarividência, e têm um contato
permanente com os planos invisíveis.
Infinitamente sensíveis aos ambientes, essas pessoas perceptivas sabem e sentem
coisas que nem sempre têm palavras para exprimir. O tempo, para elas, não está
limitado a esta encarnação; não vêem na matéria a simples realidade existente,
como tantos dos nossos contemporâneos ocidentais. Não esquecem nada (se a 4 e a
8 estiverem, no seu caso, fortemente habitadas).
Esses "nativos da Água" vivem tempestades
angustiantes, furacões internos que têm dificuldade em superar. Aspiram à
serenidade, embora se apeguem a comportamentos obsoletos que só fazem acarretar
outras tormentas. Isso verifica-se sobretudo quando o Sol e Lua se hospedam
nessas casas.
Os psicólogos materialistas ocidentais - esses consertadores da alma - muitas
vezes fracassam ao tratar essas pessoas, uma vez que as motivações destes têm
raízes num nível cármico muito profundo - nas paixões violentas das suas vidas
anteriores.
Evidentemente, os que cercam essas pessoas jamais compreendem por que eles
reagem tão fortemente a tão pequeninas coisas. Um encontro aparentemente banal
uma canção, uma paisagem, lançam-nos num estado de profunda perturbação,
desencadeando as ressonâncias profundas da memória cármica.
A pessoa assim hospedada no fundo das grutas marinhas
da casa 4 (ou 8, ou 12), não é feliz: aspira profundamente a se libertar de um
fardo cármico de obsessões muito antigas. Os medos, os fantasmas, os espectros
dos quais gostaria de se livrar estão inscritos nessas três casas.
Mas para limpar dos seus armários todos os fantasmas que ali foram encerrados,
é preciso coragem: afrontar lúcida e bravamente todos esses fantasmas que
apodrecem na memória.
Enquanto a pessoa se recusar a abrir o armário para dar a vassourada,
permanecerá prisioneira desses laços emocionais passados que a estrangulam.
E isto pode ser
feito, atualmente, com o processo de terapia de vidas passadas. Uma parte da
sua energia está paralisada. O primeiro passo para a libertação começa no dia
em que a pessoa admite a possibilidade de ter dívidas para consigo mesmo. E
talvez mesmo para com os outros!
Se se empenha nessa via de autoconhecimento, esses traumatismos tornarão a
emergir à superfície consciente, criando um choque. A pessoa reviverá, para
melhor exorcizá-las, as suas lembranças dolorosas e as suas fraquezas.
Pouco a pouco,
a força destas diminui, o seu peso alivia, libertando a energia vital do
sujeito. Quase todos os grandes místicos descrevem esta experiência, embora sob
formas muito diversas, segundo as regiões e as culturas. Toda a psicoterapia
deveria, portanto:
1. Admitir o peso das vidas
anteriores.
2. Avaliar esse peso e as suas
consequências sobre o "aqui e agora".
Astrologia Cármica e as
Casas nos mapas - Apontamentos para aula - nº
A CASA 12
A atenção dos astrólogos tem-se fixado nesta casa. Com toda a certeza, é a mais
"esotérica" das casas. Parece descrever a mais recente encarnação
terrestre, ou pelo menos a mais marcante, das últimas vidas.
Talvez não a
vida imediatamente anterior, se esta tiver sido muito curta, ou apenas vivida
como feto, ou sem rasgos: constatou-se que essas vidas de crianças mortas em
idade muito tenra, ou nascidas mortas deixam por vezes poucos traços na memória
da entidade, e no seu tema.
Digamos que a
casa 12 marca certamente a última experiência terrestre significativa.
Entre muitos astrólogos reencarnacionistas estudam-se os temas de mortos que
precederam, por exemplo, casos de reencarnação quase imediata na mesma família.
É um fenómeno
que não é raro. Numa casa 12, o signo na cúspide, ou ponta, os planetas aí
localizados, a sua situação celeste, seus aspectos, tudo fornece precisões
sobre a vida anterior precedente.
Uma casa 12
pode estar vazia de planetas. Mas se olharmos para o regente do signo situado
na cúspide dessa casa, as coisas esclarecem-se.
A casa 12 tem o mesmo simbolismo do signo de Peixes. Este é regido por Netuno,
planeta da dissolução. Assim, nesta casa, os planetas indicam um desejo de
dissolução dos laços cármicos, dos vínculos que ainda atavam a pessoa a este
mundo.
O signo é
representado por duas pequenas sardinhas atadas, em sentido contrário, por um
fio muito curto: não é preciso dizer que no signo - assim como na casa -
enfrentam-se entraves de todos os tipos. Se esses entraves são aceites
corajosamente, segue-se uma libertação: desemboca-se então no grande fogo
irresistível de Carneiro, o grande salto para adiante, que nenhum freio
consegue mais suster.
Notem também que a casa 12 é a dos inimigos secretos: os nossos piores e mais
secretos inimigos não são os nossos defeitos? Ela é considerada como a
prisão ou o hospital do mapa. No plano cármico, é bem um e outro: ali se curam
as doenças espirituais e se "purgam" as penas.
A casa 12
também diz respeito aos pés, às patas, aos sapatos - tudo o que permite
avançar. Pode-se extrapolar no plano cármico e deduzir que essa é a casa que
nos permitirá ir ainda mais longe, andar na Lua, ou tomar emprestado um raio de
Sol como degrau de uma escada.
Há frequentemente dois, ou mesmo três signos na casa 12. Esses signos múltiplos
podem estar relacionados com várias vidas, ou então ainda com a mesma, vista
sob duas ou três iluminações diferentes.
Nunca se deve esquecer que a pessoa
evolui, por sua liberdade e seu desejo de progresso. É o conhecido
livre-arbítrio. Entre o Ascendente na hora do nascimento (portanto
a casa 12 natal) e o Ascendente na hora da morte, todo um caminho pode ter sido
percorrido ou, ao contrário, uma nova dívida cármica pode ter sido acrescentada
às precedentes!
O Ascendente na hora da morte, e a casa 12 anterior marcam a posição e definem
a próxima encarnação. Mas alguns atribuem também essa possibilidade à casa 8,
que veremos mais adiante. Afinal, conhecemos muito mal as leis certamente
precisas - que regem as nossas permanências nos diferentes planos do cosmos.
Os iniciados atlantes, depois os egípcios e os celtas, conheceram-nas, assim
como, ainda hoje, certos monges tibetanos, mas tratam-se de conhecimentos de
alta iniciação, reservados apenas a alguns sábios.
Nestes tempos em que a Nova Energia desce sob o nosso planeta, muitas dessas
informações já estão ao alcance da maioria, mas ainda continua a ser uma
incógnita o real funcionamento das leis do universo. Seria preciso poder
comparar as casas 12 do nascimento, da morte e do renascimento.
Apesar
das muitas canalizações existentes sobre a vida nos outros planos, ou vida
multidimensional, o certo é que ninguém nos explicou de forma básica, do género:
1 + 1 = x. Todos nós (eu incluído), que escrevemos sobre estas
coisas, apenas supomos como seja o tal funcionamento. Mas efectivamente,
não sabemos ao certo. Este é um dos muitos motivos porque em 2005 escolhi «não
ser terapeuta» e apenas tentar fazer alguma astrologia. Mas isso é outra
conversa.
No tema de qualquer pessoa, a casa
12, sobretudo se está carregada, ocasiona provações específicas, às
quais não pode subtrair-se: porque ele mesmo as escolheu, antes de aceitar uma
nova encarnação.
Ao tomar conhecimento desse dado, a pessoa muitas vezes o intui de maneira
muito nítida: Diz "que é assim, que não há nada a fazer", ou ainda
"que o vinho está servido, e é preciso bebê-lo". Sente que deve
passar por tudo aquilo. Sabe-se cativo; o que nem sempre sabe (e que os
astrólogos poderão dizer-lhe), é que escolheu livremente as provações
significadas por esta casa 12. Mas podem libertar-se desse sofrimento. Basta
quererem.
Escolheu livremente a sua prisão, com um objectivo de progresso espiritual. Se
aceitar essa ideia, a sua dor e a sua angústia poderão ser consideravelmente
aliviadas. Em todo caso, tem o poder de se evadir dessa prisão material pela
meditação, pela oração e pela imaginação. Pelo livre-arbítrio.
A saída involuntária do corpo físico durante o sono dá uma trégua e um alívio
às desgraças terrestres. É também por isso - penso eu -, que a Natureza previu
o sono! Quanto às técnicas voluntárias de saída para o astral, também não são
"anormais": transe e desdobramento são do conhecimento dos iniciados
desde sempre (era mesmo assim que se praticava a anestesia necessária às
operações cirurgias no antigo Egipto).
A aptidão para o sonho, para a prece, para a meditação, para a cura pelo
pensamento e pela luz e para sair do corpo físico é extremamente desenvolvida
nos proprietários de casas 12 densamente habitadas. É certo que todos eles têm
infelicidades, mas também, em contrapartida, têm grandes poderes.
Essas pessoas muito marcadas pela casa 12, se tiverem escolhido uma encarnação
de expiação e de sacrifício, têm, mais do que ninguém, o coração aberto à
compaixão. O espírito dessa casa é o de saber inclinar-se com bondade sobre os
sofrimentos dos outros.
Entretanto, se há muitos planetas retrógrados e mal aspectados, eles tendem a
fugir do sofrimento: conheceram-no numa vida anterior, fugiram dele, ou
aceitaram-no mal. São tentados, então, nesta vida, a fugir novamente dele. Este
sofrimento, no entanto, parece necessário à liquidação das suas dívidas, e eles
devem enfrentá-lo. Eis porque escolheram provações que desta vez são
inevitáveis!
INFLUÊNCIA DA CASA 12 SOBRE O
ASCENDENTE
Tenho notado que muitas das pessoas à minha volta, das quais tenho o mapa
natal, respondem mais ao signo imediatamente anterior ao do Ascendente, do que
ao próprio Ascendente. Evidentemente, pode-se invocar a precessão dos
equinócios, que acarreta actualmente uma desfasagem de 23° a 24° para a nossa
época. Isto dá, efectivamente, um signo de diferença, e explica que as pessoas
de um signo ainda sintam a influência da constelação anterior. Mas o ayanamsa não
explica tudo.
Um de meus antigos consulentes, que tem o Ascendente a 25° de Sagitário,
portanto perfeitamente no signo (menos 23° do ayanamsa, assim mesmo, dá para
ele ainda 2° Sagitário!), tem todas as aparências físicas do tipo precedente,
Escorpião: bem pequeno, bem escuro, traços cavados, olhar de laser brilhando
com uma luminosidade metálica. Não só a aparência física, mas também, ao que
parece, o comportamento também. E então?
Um dos meus amigos, nascido com o Sol em Leão, era o homem mais tímido, mais
discreto, mais sentimental e mais passivo que conheci: mais Caranguejo
-Caranguejo que outra coisa, e acabou sendo ludibriado por uma Leonina de
verdade. Então, por que nasceu Leão?
Afinal, essas diferenças explicam-se na astrologia cármica: o signo que
precede o Ascendente (portanto, na casa 12) indica as circunstâncias, os
sentimentos, a profissão, o país e os actos, bastante recentes, que marcaram a
pessoa na sua vida imediatamente anterior; não é de espantar que lhe fique uma
forte impregnação disso tudo na actual encarnação.
Na primeira parte da vida, a pessoa ainda não se desligou bem dos seus hábitos
cármicos; por vezes, mesmo, ele não se desliga de modo algum, ou porque não
quer, ou porque não sente força para tanto. Funciona durante toda esta vida
como na precedente, segundo esquemas hoje obsoletos, que ainda lhe estão
colados à pele! Daí essa persistência dos traços de carácter do signo anterior.
O que vale para a casa 12 e para o
Ascendente vale também para a casa que precede o Sol. Acontece, em
astrologia, quando se ignora a hora do nascimento, tomar o Sol como Ascendente.
A casa precedente é, então, a casa 12 "solar". Mas trabalhar assim é
tremendamente resvaladiço.
Este sistema dá resultados interessantes, sobretudo quando é empregado em "casas
derivadas". Exemplo: para ter uma ideia do pai de um consulente, tomo o
Sol como ponto de partida, e conto as casas a partir desse Sol: a 1° indica a
personalidade do pai, a 2, a dos seus bens, etc.
Os astrólogos reencarnacionistas têm boas razões para pensar que o Sol, assim
como o Ascendente, progride de vida em vida, no sentido dos signos do Zodíaco.
Estes últimos são como portas, pelas quais passamos, uma após a outra.
Assim, aqueles que nascem, por
exemplo, com o Ascendente Áries / Carneiro (ou o Sol), viveram uma
experiência precedente marcada por Peixes. Seriam eles marinheiros, doentes
hospitalizados, prisioneiros, místicos?. Em todo caso, completam um ciclo de
existências para começar um novo. A sua experiência precedente, ao impor-lhes o
sofrimento e o confinamento (seja este devido à doença ou a qualquer outra
limitação física ou social), consolidou a sua força interior; eles começam,
portanto, esse novo ciclo, em Carneiro, com uma imensa sede de liberdade!
Entretanto, parece que, em muitos casos, essa libertação é apenas progressiva:
Quem sabe se esses retardatários devem renascer várias vezes com o mesmo
Ascendente (ou com o mesmo signo solar) para liquidar a etapa precedente?
Vocês já notaram, suponho, que um bom número de pessoas com Ascendente (ou o Sol) em Touro, cuja agressividade vem
mais de Carneiro. Eu próprio reconheço-me ter vivido nesta categoria uma parte
considerável da minha vida e, ainda hoje, tenho situações inesperadas de uma
certa intensidade e alguma agressividade no comportamento. Tenho o Ascendente
em Touro.
Eis aí, bem evidente, a influência de uma casa 12 (solar) em Carneiro. O Touro,
portanto, não elimina logo as influências marcianas que regeram as vidas
precedentes.
Poderia também causar espanto encontrar tantos grandes trabalhadores com o Ascendente Gémeos (ou o Sol): mas é
que eles conservaram hábitos laboriosos de seu passado taurino. Com bastante
frequência são menos “light” do que faz prever a descrição do tipo Gémeos.
Também me incluo nesta categoria com o meu Sol em Gémeos, na casa I. Sempre fui
um trabalhador compulsivo, além de ter uma grande resistência física, que, com
a idade, se está a esbater.
Certamente muitos alunos recordam-se da avalanche de textos e informações
enviadas, ao longo dos meses. O que eles não viram foram os dias, semanas e
meses em que estive agarrado ao computador a trabalhar, escrevendo esses
textos. Isso permitiu-me juntar imenso material, que desembocou na criação do
site «Escola de astrologia Nova-Lis», anos depois. Se eu fosse um típico
Gémeos, escreveria um apontamento ocasionalmente e seria tudo muito “clean”.
Pois não, o que parece funcionar realmente é o signo anterior, que é o de
Touro, tendo por outro lado, o meu ascendente também aí. Este próprio texto é
um exemplo disso: escolhi trabalhá-lo e com intensidade. Alguém tirará proveito
disso. Espero eu!
As pessoas do Ascendente Câncer /
Caranguejo (ou o Sol) são muito mercurianas: lêem, escrevem,
agitam-se e tagarelam como os Gémeos, quando o seu Mercúrio se espalha numa
chuva de gotas brilhantes. Nos meios editoriais, onde trabalho, notei vários
Caranguejo e Ascendente Caranguejo que me pareceram muito felizes nesse meio
que, no entanto, é tipicamente mercuriano e geminiano.
De um Ascendente Leão (ou o Sol),
espera-se uma personalidade que se afirma com vigor. Ora, não é raro encontrar,
nessa savana, pessoas bastante menos vigorosas, que preferem demonstrar vigor e
assertividade diante das pessoas, para poderem esconder as suas patas de
argila. A casa 12 em Caranguejo é, por vezes, de tal maneira influente, que só
se vê um ser sensível, emotivo, terno, agarrado com unhas e dentes ao status
quo familiar. E não tendo coragem alguma para enfrentar as mutações afectivas
que se imporiam.
O Ascendente Virgem (ou o Sol),
em compensação, dá pessoas mais seguras, mais autoritárias do que anuncia o
signo. Virgem designa simbolicamente o "colaborador dedicado",
personagem eficaz, discreto, mas sem muito brilho.
Em princípio, os Ascendentes
Virgem têm por trás de si um passado anterior no qual abusaram do poder. O que
lhes trouxe bastante transtorno! Assim, desconfiam das honras, da glória e de
tudo o que chama muito a atenção.
Entretanto, mesmo tendo escolhido a humildade
para esta encarnação, essas pessoas de Virgem (Sol ou Ascendente) ainda têm
bastantes reflexos leoninos.
A sua casa 12 indica uma posição social brilhante
na vida imediatamente anterior, uma educação aristocrática e refinada, da qual
ainda permanecem traços.
O Ascendente (ou o Sol) Libra / Balança muitas
vezes dá às pessoas uma juventude tímida; eles têm muito mais dificuldade de se
afirmar do que os Virgem ainda leoninos.
Foram eles que herdaram inibições
virginianas! Muitas vezes o seu sucesso é tardio; precisam de tempo para conseguir
livrar-se da lentidão, dos escrúpulos e das tendências críticas de Virgem.
Entre as pessoas do Ascendente
Escorpião (ou o Sol), bem poucos encontram o equilíbrio afetivo e
conjugal.
A casa 12 em Balança permite adivinhar grandes problemas dessa ordem
na vida precedente, fazendo com que as pessoas hesitem em dar totalmente o
coração.
Esses traumatismos ou dívidas antigas prolongam-se hoje, por vezes
numa dificuldade ou impossibilidade de ter filhos, no caso das mulheres. E, no
caso dos homens, uma infalível insatisfação na vida conjugal.
Acontece também
destes Ascendentes Escorpião renunciarem às alegrias amorosas, tal o
traumatismo que ainda lhes provocam seus dissabores anteriores. Difíceis
relações cármicas com a vida amorosa obscurecida por bastantes dívidas
cármicas!
Notei também que os homens desse Ascendente Escorpião tinham problemas nas suas
relações com o dinheiro.
Culpabilizando-se quando a despesa não é perfeitamente
justificada, podem ser bastante avaros com o dinheiro e, ao mesmo tempo,
lançar-se em enormes e irresponsáveis despesas!
É que o dinheiro, ligado a
Vénus, símbolo do poder financeiro, e também ligado ao sexo foi, em várias
circunstâncias, muito mal utilizado por eles na vida precedente.
Outrora muito
egoístas, não gastaram esse dinheiro para servir a justiça social. A hesitação
em abrir a bolsa é mais sensível nos homens do que nas mulheres. Tudo isso vale
também para o Sol em Escorpião: difíceis relações cármicas com o dinheiro,
obscurecida por bastantes dívidas cármicas!
As pessoas de Sagitário no Ascendente
(ou o Sol) não deveriam apresentar outras características que não
satisfação e alegria de viver. Ora, muitas vezes têm problemas de depressão, de
humores sombrios, mais escorpiónicos do que sagitarianos.
O seu senso crítico,
totalmente diferente do entusiasmo jupiteriano, mina na sua fé, na sua
confiança na vida e neles mesmos. São, no entanto, atraídos pelo mistério, pelo
ocultismo.
Mas, em muitos casos, desconfiam dessas coisas, pois tiveram
anteriormente experiências muito penosas nesses campos. Adoptam, então, uma
posição de racionalismo: não querem mais correr o risco de se entregar de corpo
e alma a um mago negro.
Os únicos Sagitários de verdade são, em minha opinião,
aqueles que têm Júpiter no Ascendente, em conjunção com o Sol.
As pessoas com Ascendente Capricórnio
(ou o Sol) surpreendem pelo seu entusiasmo, pela sua audácia
conquistadora, o seu espírito de empreendimento.
Por vezes, mesmo, o seu amor
pela brincadeira franca faz pensar que nos enganamos de Ascendente! Eles têm
muito mais de Sagitário do que do austero Saturno, e muitas vezes estão bem
longe do Capricórnio típico.
Mesma observação para o Sol, que não dá
necessariamente nativos austeros e frios.
Tendo tido muitas farras em suas
vidas anteriores, dissipando-se em aventuras pelo mundo inteiro, as pessoas
sentem, é verdade, a necessidade de disciplina rigorosa que caracteriza o
Capricórnio.
Em certos casos, realmente, eles começam a se organizar desde esta
vida. Mas em outros, o gosto pela farra ainda não se extinguiu; a atração
pelas aventuras reaparece, sobretudo na primeira parte da vida.
Em compensação, reencontram-se muito mais traços capricornianos nas pessoas com Ascendente Aquário (ou o Sol
nesse signo).
Saturno, regente de Capricórnio, ainda está exaltado em
Aquário: o que leva, portanto, a várias vidas seguidas, onde o planeta
representa um papel preponderante.
A falta de calor é surpreendente entre esses
nativos: inteligentes, amistosos, são mais generosos racionalmente do que
afetivamente. Oferecem uma curiosa mistura de egoísmo gelado e de amizade
fiel.
A adaptação às técnicas de vanguarda não impede, neles, o apego às mais
antigas tradições familiares.
Por fim, as pessoas Ascendente
Peixes (ou o Sol) manifestam por vezes um carácter anárquico e
revoltado, que vem dos hábitos de Aquário. A esse signo do Ar, que não tem os
pés na Terra, assim como aos Peixes, que simplesmente não têm pés, só nos resta
desejar um cônjuge que lhe imporá o seu senso prático.
A recusa dos limites,
que caracteriza ao mesmo tempo Aquário e Peixes, torna-lhes difícil a
perseverança em qualquer contrato social. Saturno já era regente do seu período
Capricórnio, no ciclo anterior.
No entanto, herdaram de Aquário uma grande
generosidade nas concepções. Com muita frequência, a sua vida anterior
precedente foi marcada por rupturas violentas, revoluções, aventuras
movimentadas em nome de ideologias de vanguarda.
Assim, muitos deles preferem,
desta vez, uma vida mais calma: perderam o gosto dos confrontos violentos.
Nem sempre se muda de Ascendente ou de signo solar, de uma vida para outra: e
certos exemplos mostram mesmo que a ordem de sucessão dos Ascendentes de uma
vida para a outra não segue necessariamente a ordem dos signos.
Pode-se supor
que, quando uma entidade não completou o programa que corresponde a um signo,
ali se reencarna de novo (parece ser este o caso de pessoas que as datas de
reencarnação reconduzem ao mesmo mês, ou ao mesmo dia do mesmo mês.
Em suma,
"repetimos o ano" das estrelas quando somos reprovados no exame
cósmico!
segue a parte 2 no próximo texto
A CASA 12 - astrologia carmica parte 2
Texto pesquisado em
http://cova-do-urso.blogspot.com.br/
Pesquisado por Dharmadhannya
Este texto está livre para divulgação desde que seja
citada a fonte:
Repassando à Chama Violeta da
Purificação e da Liberação
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