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domingo, 9 de agosto de 2015

Livre para se gostar








Livre para se gostar

"O espelho pode ser um orientador em vez de um juiz implacável. Para isso, você tem que se estimar mais. Como?

Bem, primeiro é preciso se libertar dos padrões coletivos que definem um corpo ideal. Depois, vá de novo para o espelho com um olhar amigável, daquele tipo que valoriza o que se tem de melhor.
Texto: Chantal Brissac

Na pausa rápida do sinal de trânsito, a moça estica o pescoço pa ra se ver no retrovisor do carro e faz careta. Confere o estado da pele e dos cabelos e volta sua atenção para o volante, mais séria do que estava.

 Antes de sair para a faculdade, diante do guarda-roupa, a estudante paralisa. “Por que nada fica bem em mim?”, parece traduzir a expressão de seu rosto. No provador da loja, uma mulher apalpa as próprias curvas com uma indisfarçável reprovação.

Três exemplos de uma legião de brasileiras insatisfeitas com o próprio corpo. Segundo pesquisa da Dove (uma fábrica de cosméticos que investigou 3,3 mil mulheres em dez países), no Brasil, 89% das mulheres entre 18 e 29 anos querem mudar algum aspecto de sua aparência e 63% daquelas entre 15 e 64 anos consideram a hipótese de fazer uma plástica.

Estamos entre as que mais recorrem a esse método e consomem remédios para emagrecer no mundo. A visão que temos de nós mesmas anda em baixa, atestam os especialistas.

Não somos parceiras de nosso corpo, mas juízas implacáveis da aparência.

 Nós nos identificamos com uma etiqueta: a do tamanho, que na maioria dos casos não pode ultrapassar 38 ou 40 sob a pena de deflagrar culpa e vergonha.
 Tentamos encaixar o corpo num molde a qualquer custo quando, na verdade, é o movimento inverso que nos libertará.

Aqui, o corpo perfeito entra em pauta e traz consigo uma pergunta essencial: não seria essa idéia uma armadilha? 

O psicanalista Luiz Tenório Oliveira Lima ensaia sua resposta: “Existe o corpo de cada um, único e próprio. É ele que deve ser amado e cuidado. Não há nada de mal em querer ficar bonita. Ao contrário, é sinal de auto-estima e equilíbrio emocional”.

Porém, segundo o psicanalista, o problema surge quando perseguimos um padrão sem considerar o biotipo de cada pessoa. 

Veja as brasileiras: historicamente, elas não são altas, nem magras, nem loiras, mas almejam isso como sinônimo de beleza sem nem tentar descobrir seus próprios atributos.

 E há também a questão da idade e do mito que só o jovem é belo.

Sobre isso, Tenório joga nova luz:


 “A mulher deve respeitar sua época, sua história, suas experiências. Hoje é bem comum mãe e filha se vestirem de forma parecida. A moda permite.

 A juventude foi ampliada, a longevidade é maior. Mas é preciso tomar cuidado, pois as defasagens existem. Uma mulher de 50 anos pode ficar estranha de minissaia ou top. Digo que a mulher deve ser contemporânea de si própria”.

ESSA TAL DE AUTO-ESTIMA

Como já disse o filósofo francês Michel de Montaigne, no século 16: “A pior desgraça para nós é desdenhar aquilo que somos”. E a ciência do século 21 já está atestando isso. A auto-estima é comparada ao sistema imunológico emocional.

Funciona como uma vacina na alma, proporcionando mais energia, motivação, autoconfiança e iniciativa, atributos necessários para enfrentar desafios e frustrações.

 Gostar de si é importante para a personalidade – é o núcleo criativo do qual parte a inspiração para tocar a vida com alegria e produzir um ser belo.

“As pessoas acham que a beleza traz felicidade, mas é exatamente o contrário. É a felicidade que traz beleza. 

Mulheres satisfeitas em diferentes esferas de sua vida são mais indulgentes na avaliação da aparência. Levam em consideração fatores como simpatia, humor, comunicação, cultura e educação como componentes da beleza”, enfatiza o psicólogo clínico Marco Antonio de Tommaso.

A CULTURA E O CORPO
Autora do recém-lançado O Corpo como Capital (ed. Estação das Letras), a antropóloga Mirian Goldenberg acredita que as brasileiras devem ter um olhar combativo quanto à imposição de magreza e juventude.

Em pesquisas pela Europa, Mirian constata que em vários países os 50 anos são o auge da vida. “Aqui é como se chegássemos a uma aposentadoria afetiva, sexual. É quando começamos todos os processos de compensação para não aparentar a idade”, observa, em tom de bom humor.

Aliás, para Mirian, o bom humor pode ajudar a mulher a transitar por todas as fases sem sofrer. Ela própria, risonha, é um exemplo, em seus 50 anos: “Se tivesse embarcado na fantasia de parecer dez anos mais jovem, teria uma vida pior.

Gosto de me manter bonita, mas aceito minha idade, minhas rugas como história de vida”.

 Em outro livro, Infiel (ed. Record), que fala sobre as questões amorosas no século 21, Mirian discute a obrigação de parar o tempo e conta como algumas mulheres se sentem desviantes quando optam por não fazer plástica ou aplicar Botox.

Outras mudam tanto seu corpo que não se reconhecem. A maior angústia é esta: modificar o que está por fora com a ilusão de que algo interno mude. A dor vem quando isso não acontece.

O QUE DIZ O ESPELHO?
As americanas Lynn Ginsburg e Mary Taylor propuseram um bom exercício para entender o espelho no livro Do Que Você Tem Fome?(ed. Cultrix). Ele é dividido em duas partes. Experimente e se veja com menos severidade.

Primeira parte
• Diante de um espelho grande, olhe objetivamente para sua imagem.

• Ao notar que a mente se dispersou e você já não está olhando com atenção o reflexo, afaste-se.

• No diário, descreva como se viu: curvas cheias, braços rechonchudos, cabelos ressecados etc. Anote também todos os pensamentos, sentimentos e sensações que a contemplação provocou.

• Registre até as conclusões negativas.
• Anote também a parte do corpo que observou primeiro: quadris, rugas...

• Nos dias seguintes, repita a prática.

Segunda parte
• Pense na parte do corpo que costuma primeiro observar no espelho. Considere até que ponto algumas insatisfações viram conclusões sobre o todo de sua personalidade.

• Decida não olhar as partes de seu corpo que costuma fixar primeiro. Escolha uma parte que lhe é indiferente ou de que goste e observe-a no espelho.
• Aos poucos, amplie o olhar a fim de abranger uma parte maior do corpo.

Isso cessa seu autojulgamento?
Conclusão: você perceberá que o que vê muda dia a dia e até de hora em hora. 

O corpo é o mesmo – mas seu humor, estado físico ou um cumprimento que recebeu podem alterar sua percepção. Quando a lucidez nublar, olhe-se nos olhos e reponha o foco em quem você é. 

CAMINHAR É PRECISO

Você tem a máquina mais fabulosa e moderna para se exercitar: suas pernas. Caminhar trabalha os grandes grupos musculares do corpo, aumenta a freqüência cardíaca, queima calorias e regula sua pressão arterial – tudo com um terço do impacto que uma corrida teria em você.

Por isso, quem caminha com regularidade costuma dormir melhor, se alimentar de forma equilibrada, ter mais disposição e auto-apreço.

 “Andar é o melhor exercício para pessoas de qualquer idade.
Para as mulheres, é fabuloso, pois previne a osteoporose, evita as varizes, favorece a boa circulação do sangue e equilibra os hormônios”, pontua o médico Drauzio Varella.

 Bastam 30 minutos por dia, quatro ou cinco vezes por semana, em ritmo moderado. Para se animar, apresentamos três bons motivos para investir nesse hábito.

1. PARA ENTRAR EM FORMA
Como fazer: ande o mais rápido que puder, mas sem perder o ritmo e o prazer. A cada caminhada, vá aumentando a passada aos poucos.

Dica: caminhe com um objetivo – como se você tivesse realmente um compromisso a que não pode faltar. 

Aumente o percurso de uma das caminhadas semanais. Se você caminha três vezes por semana durante 30 minutos, faça um desses circuitos maior, de 60 minutos, por exemplo.

2. PARA RELAXAR
Uma caminhada breve tem o dom de esfriar a cabeça e relaxa como tai chi chuan, ioga e meditação. Ótimo antes de uma reunião importante, depois de um dia cansativo ou quando precisa desacelerar.

Como fazer: encontre um lugar tranqüilo. Andar numa trilha perto da natureza tem um efeito mais relaxante do que caminhar em ruas movimentadas.

Dica: não acelere. Esse não é o mote. E fique atenta à postura: corpo ereto e relaxado, abdômen firme e encaixado, pélvis ajustada, evitando a projeção do estômago e a inclinação dos ombros. 
Não force os joelhos com passadas muito largas. Mantenha os braços para baixo, levemente dobrados. O balanço durante a caminhada deve ser natural e suave.

3. PARA SE INSPIRAR
Ao andar, costumamos estimular partes do cérebro nos hemisférios esquerdo e direito, muito mais do que quando sentadas.

Como fazer: use uma roupa confortável e não carregue nada consigo, se possível. Uma boa idéia é deixar o iPod em casa. Isso ajuda a focar o que é preciso: a paisagem, a respiração, o que você vê a sua volta.

Dica: mantenha um ritmo gostoso e confortável, visualize imagens positivas e dê tempo ao tempo. Ao menos 15 minutos de caminhada para que a mente seja recompensada com turbilhões criativos.

A MÃE E O CORPO (DA FILHA)
A auto-imagem decorre bastante da relação com a família na primeira infância.

 Se a menina recebe afeto – sente que é admirada e valorizada –, tenderá a gostar de si mesma e aceitar seu corpo como é.

 “Assim que ela começa a crescer e passa a se descobrir como um ser feminino, seu modelo mais direto é a mãe”, explica a escritora Vera Golik, que irá lançar ainda este ano o livro 101 Idéias para Sua Filha Amar o Corpo Dela (ed. Jaboticaba).

Quando as mães conseguem ter um diálogo franco e aberto sobre as questões do corpo, respeitando as várias fases pelas quais a filha passa, as chances de a menina compreender melhor suas transformações e valorizar sua imagem são maiores.

As frustrações vão fazer parte da vida e do processo de crescimento.

 “Acompanhar esses momentos junto com a filha, compreendendo seus sentimentos e, ao mesmo tempo, abrindo os horizontes dela para um mundo 

muito maior do que o físico, pode ser uma grande oportunidade para a mãe também resolver velhas feridas e frustrações”, diz ela.


Postado por  Dharmadhannya
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Repassando à Chama  Trina
Eu sou, Eu Sou, Eu sou, a Divina Presença Vitoriosa  de Deus, que chameja o Fogo da Chama  Trina (TRÊS VEZES) através de cada particula de meu ser, e  em meu mundo.

Selai-me num pilar de fogo Sagrado e transformai e renovai minha energia, purificai-me com a pureza, harmonia, amor,  liberdade e perfeição da Graça da Chama Violeta
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