A Partícula Divina e o Espírito
A Física Quântica em
Busca da Partícula Divina
O artigo de Luís de
Almeida foi considerado pelo dr. Hernani Guimarães Andrade como o mais erudito
e informativo trabalho sobre a relação entre a Física e o Espiritismo já
escrito em português.
Por Luís de Almeida
A Física continua a dar
ao Espiritismo – ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor, não
queiram por enquanto se aperceber – uma contribuição gigantesca na confirmação
dos postulados espíritas, que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos
subestimar.
Existe uma ciência
espírita, com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais,
mais do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos –
uma
obra atual – um manancial para a física moderna, trazendo-nos um novo conceito
básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como “a
inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”) do Espírito e da
Matéria propriamente dita.
A física moderna nos
leva ao encontro do Espírito e de Deus. A física quântica pode constituir uma
ponte entre a ciência e o mundo espiritual, pois, segundo ela, pode-se
“reduzir” a matéria, de forma subjetiva e no domínio do abstrato, até à
consciência –
causa da “intelectualidade” da matéria. A consciência transforma
as possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades
quânticas em fatos reais.
Essa consciência deve
apresentar uma unidade e transcender o tempo, espaço e matéria. Não é algo
material; na realidade, é a base de todos os seres.
Recordemos o professor
de Lyon em O Livro dos Espíritos (na questão 23):
23. Que é o Espírito?
- “O princípio
inteligente do Universo”.
a) Qual a natureza
íntima do Espírito?
- “Não é fácil analisar
o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável.
Para nós, entretanto, é alguma coisa”.
Tanto é assim que os
físicos teóricos postulam a existência de uma “partícula”, que seria a
partícula “fundamental”, que ainda não foi encontrada, mas a qual o Prêmio
Nobel da Física, Leon Lederman, denomina a “partícula divina”.
Partícula essa decisiva, pois é ela que
determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela gravidade dos 90%
do universo ainda desconhecido.
Leiamos Kardec em O
Livro dos Espíritos:
25. O Espírito é
independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da
luz e o som o é do ar?
“São distintos uma do
outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizar
a matéria”.
26. Poder-se-á conceber
o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito?
- “Pode-se, é fora de
dúvida, pelo pensamento”.
Cabe lembrar que os
físicos, a partir das pesquisas do norte-americano Murray Gel Mann nos
aceleradores de partícula, já admitem a existência de um domínio externo ao
mundo cósmico dito material onde
provavelmente existam agentes ativos também
chamados
frameworkers, capazes de atuar sobre a energia do Universo,
modulando-a e dando-lhe formas de partícula atômica, ou seja, por outras
palavras, o espírito, chamado também “Agente Estruturador” por vários físicos
teóricos.
Retomemos novamente o
mestre em O Livro dos Espíritos:
76. Que definição se
pode dar dos Espíritos?
- “Pode dizer-se que os
Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do
mundo material”.
536. São devidos a
causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes
fenômenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?
- “Tudo tem uma razão
de ser e nada acontece sem a permissão de Deus”.
b) Concebemos
perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo;
porém, sabendo que os Espíritos exercem ação sobre a matéria e que são os
agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão
certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?
- “Mas evidentemente.
Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele
encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos”.
A Teoria das
Supercordas e a Dimensão Psi
Outra teoria quântica
que vem de encontro à existência de tema “partícula divina consciencial” no
final da escala das partículas subatômicas é a teoria das supercordas.
Essa teoria foi melhorada e é defendida por um
dos físicos teóricos mais respeitados da atualidade, Edward Witten, professor
do Institute for Advanced Study, em Princeton, EUA.
De maneira bastante simples e resumida, a
teoria das supercordas postula que os quarks, mais ínfima partícula subatômica
conhecida até o momento, estariam ligados entre si por “supercordas” que, de
acordo com sua vibração, dariam a “tonalidade” específica ao núcleo atômico a
que pertencem, dando assim as qualidades físico-químicas da partícula em
questão.
Querer imaginá-las é
como tentar conceber um ponto matemático: é impossível, por enquanto. Além
disso, são inimaginavelmente pequenas.
Para termos uma idéia: o planeta Terra é
dez a vinte ordens de grandeza menor do que o universo, e o núcleo atômico é
dez a vinte ordens de grandeza menor do que a Terra. Pois bem, uma supercorda é
dez a vinte ordens menor do que o núcleo atômico.
O professor Rivail
esclarece em O Livro dos Espíritos:
30. A matéria é formada
de um só ou de muitos elementos?
- “De um só elemento
primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são
transformações da matéria primitiva”.
Ou seja, seria a
vibração dessas infinitesimais “cordinhas” a responsável pelas características
do átomo a que pertencem.
Conforme vibre essas “cordinhas” dariam origem um
átomo de hidrogênio, hélio e assim por diante, que por sua vez agregados em
moléculas, dão origem a compostos específicos e cada vez mais complexos,
levando-nos a pelo menos onze dimensões.
Corrobora Allan Kardec
em O Livro dos Espíritos:
79. Pois que há dois
elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material,
poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os
corpos inertes o são do elemento material?
- “Evidentemente. Os
Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a
individualização do princípio material”.
64. Vimos que o
Espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio
vital será um terceiro?
- “É, sem dúvida, um
dos elementos necessários à constituição do Universo, mas que também tem sua
origem na matéria universal modificada. E, para vós, um elemento, como o
oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois
que tudo isso deriva de um só princípio”.
Essa teoria traz a
ilação de que tal tonalidade vibratória fundamental é dada por algo ou alguém,
de onde abstraímos a “consciência” como fator propulsor dessas cordas
quânticas. Assim sendo, isso ainda mais nos faz pensar numa unidade
consciencial vibrando a partir de cada objeto, de cada ser.
Complementa Kardec em O
Livro dos Espíritos:
615. É eterna a lei de
Deus?
- “Eterna e imutável
como o próprio Deus”.
621. Onde está escrita
a lei de Deus?
- “Na consciência”.
SEGUINDO ESTA TEORIA E
EMBARCANDO NA IDÉIA LANÇADA POR ANDRÉ LUIZ em Evolução em Dois Mundos, segundo
a qual somos co-criadores dessa consciência universal, e cada vez mais
responsáveis por gerir o estado vibracional das nossas próprias “cordinhas” –
a chamada dimensão Psi,
por vários investigadores espíritas – à medida que delas nos conscientizarmos,
chegaremos à harmonia perfeita quando realmente entrarmos em sintonia com a
consciência geradora que está em nós,
e também no todo, vulgarmente conhecida por
Deus, ou como alguns físicos teóricos sustentam “O Supremo Agente
Estruturador”.
Leiamos o Codificador
em O Livro dos Espíritos:
5. Que dedução se pode
tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência
de Deus?
- “A de que Deus
existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É
ainda uma consequência do princípio – não há efeito sem causa”.
7. Poder-se-ia achar
nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
- “Mas, então, qual
seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária”.
Interpretemos Allan
Kardec em A Gênese, Cap. II - A Providência:
20 - A providência é a
solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê,
tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação
providencial.
“Como pode Deus, tão
grande, tão poderoso, tão superior a tudo imiscuir-se em pormenores ínfimos, e
preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo?”
Esta a interrogação que
a si mesmo dirige o incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência
de Deus, só se pode admitir, quanto à sua ação, que ela se exerça sobre as leis
gerais do Universo;
que este funcione de toda a eternidade em
virtude dessas leis ás quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas
atividade sem que haja mister a intervenção incessante incessante da
Providência.
Esta consciência única
do raciocínio quântico transforma-se em dois elementos: um objetivo e outro
subjetivo. O subjetivo chamamos de ser quântico, universal, indivisível. A
individualização desse ser é consequência de um condicionamento.
Esse ser
quântico é a maneira como pensamos em Deus, que é o ser criador dentro de nós.
Voltemos ao gênio de
Lyon em A Gênese, Cap. II - A Providência:
- Sendo Deus a essência
divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau
de desmaterialização o podem perceber.
Pelo fato de não o
verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do
que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da
Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o
estamos na luz.
Geralmente, nós
interpretamos Deus como algo unicamente externo. Pensamos em Deus como um ser
separado de nós. Isso é a causa dos conflitos. Se Deus também está dentro de
nós, podemos mudar por nossa própria vontade.
Mas se acreditamos que Deus está
exclusivamente do lado de fora, então supomos que só Ele pode nos mudar e não
nos transformamos pela nossa própria vontade.
Não podemos excluir a nossa vontade, dizendo
que tudo ocorre pela vontade de Deus. Temos de reconhecer o deus que há em nós,
como afirmou o Doce Amigo há dois mil anos. Então seremos livres.
Allan Kardec atesta em
A Gênese Cap. II - A Providência:
24 - (...) Achamo-nos
então constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe
podemos subtrair ao olhar;
nosso pensamento está em conta ininterrupto com o
seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer que Deus vê os mais profundos
refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a
palavra do Cristo.
Para estender a sua
solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da
imensidade.
As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o
espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao
nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele.
Concluímos com Allan
Kardec em O Livro dos Espíritos, resumindo toda esta teoria da física moderna
de forma magistral, simplesmente espantosa, acreditem.
27. Há então dois
elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
- “Sim e acima de tudo
Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem
o princípio de tudo o que existe, a trindade universal.
Mas ao elemento material se tem que juntar o
fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a
matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa
exercer ação sobre ela.
Embora, de certo ponto de vista, seja lícito
classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades
especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria
para que também o Espírito não o fosse.
Está colocado entre o Espírito e a matéria; é
fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com
esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de
que apenas conheceis uma parte mínima.
Esse fluido universal, ou primitivo, ou
elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o
qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as
qualidades que a gravidade lhe dá”.
Luís de Almeida é
dirigente do Centro Espírita Caridade por Amor, da cidade do Porto, Portugal,
com página na Internet: www.terravista.pt/PortoSanto/1391 Portal do Espírito:
www.espirito.org.br/index.asp
Supercordas
A Teoria das
Supercordas é considerada uma das mais complexas e belas hipóteses para
explicar a estrutura básica do nosso universo.
Ela parte do pressuposto de que,
na verdade, as partículas que compõem os átomos (quarks, elétrons, neutrinos
entre outras do zôo subatômico), na verdade não são compostas por algum tipo de
“matéria”, mas são o resultado da vibração de uma “corda”.
Segundo essa hipótese,
tal “corda” seria infinitamente pequena, parecendo-se com um ponto, e todas as
características da partícula (como massa, spin, carga e outras) seriam fruto de
uma “vibração” dessa corda.
Ela estaria contida num ambiente multidimensional
(alguns cientistas falam até em onze dimensões, além das quatro em que vivemos
– largura, comprimento, altura e tempo) e, portanto, teríamos acesso só a
alguns dos aspectos que as formam.
As equações que cercam
a teoria das supercordas são tão complexas que ainda não existem soluções para
elas, visto que ainda não foram obtidas ferramentas matemáticas novas que
possibilitem solucioná-las, deixando o mistério sobre a teoria ainda maior.
(Alex Alprim)
Wagner Borges.
(Revista Espiritismo e IPPB – Instituto de Pesquisas Projeciológicas e
Bioenergéticas
Ciência 9, páginas
10-17)
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