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terça-feira, 24 de maio de 2016

A casa VII - astrologia -





A casa  sete, é a casa do outro, do sócio, do casamento, é a casa dos relacionamentos pessoais, 
se voce tiver planeta nesta casa em sua carta astral,  é importante conhecer sua influencia. O outro percebe o planeta que esta nesta casa, e voce reage com a energia do planeta da casa 7. é muito importante conhecer esta casa.

COISAS DE CASA VII

Tempo e espaço, duas linhas que se cruzam em nossa mente e em nossas vidas, marcam o centro, o ponto onde estamos existindo. Talvez jamais venhamos a saber o que são o tempo e o espaço, mas temos a percepção constante deles, sentimos seu fluxo a cada movimento, em cada pensamento.

As relações se estabelecem e são percebidas na dimensão chamada Espaço, onde a energia minha e tua fluem, aonde eu vou para você e você vem para mim, onde nossos olhares se cruzam e criam outra realidade, geram o sentimento, produzem uma nova onda de energia que irá se espalhar através do universo.

 Tudo isso num instante único e definitivo, tudo acontecendo submerso na dimensão do tempo, todas as sensações e movimentos gerando ondas de tempo. Sementes do que há de vir.

Quando eu te conheço e em você me reconheço, quando eu vejo o espelho de mim mesmo em teu olhar e você vê em mim tudo que está guardado em teu coração, estamos no cruzamento dessas linhas, estamos no vértice do tempo/espaço, estamos criando uma nova onda de realidade.

 Haja sentimento ou não, tanto faz, pois nesse momento em que nossos olhares se encontram somos criadores, nossa força unida produz vida, cria realidade e nos tornamos canais da expressão divina. Essa é a força do amor, a expressão da natureza que se chama amor e que faz a gente se encontrar e se tornar seu canal, seu veículo.

Na circunferência do horóscopo, esse gráfico que pretende representar o fluir da força universal através de nós, e que pode sugerir no plano de nossa psique, a expressão do amor e de toda força da natureza, encontramos esse cruzamento de 

linhas, uma horizontal representando o espaço, e outra vertical representando o tempo, linhas básicas e fundamentais para estabelecermos as relações dinâmicas entre essas dimensões e tentarmos entender como nos localizamos nelas ou como elas acontecem em nosso viver.

As relações se estabelecem horizontalmente, exatamente como ocorre na superfície do planeta, a energia flui de mim para você e de você para mim, Eu e Tu se encontrando submersos no oceano da existência, e entre nós dois, o tempo misterioso dando significado e substância ao nosso encontro. 

Eu e Tu num fluir e refluir constante, eterno, absoluto. Mesmo que nossa consciência não esteja preparada para captar e absorver a totalidade de significados e expressões possíveis nesse fluir vital, ele acontece.

 O eixo I – VII, números atribuídos para facilitar a representação gráfica desse movimento, é o eixo que representa o lugar onde ocorre física e emocionalmente nossa relação.

O ponto I, o Ascendente, representa o projeto de minha vida, representa meu começar, o constante iniciar que ocorre entre a inspiração e a expiração, no espaço entre uma batida e outra do coração, exatamente como a pausa infinita 


que acontece com o mergulhador entre seu movimento ascendente e a longa queda, o instante parado no ar antes de mergulhar, antes de começar de novo o novo movimento da vida. Todo esse fluxo do existir se dirige em direção a você, ao “outro”, sua direção natural.

Antes que meu projeto de vida te encontre, eu tenho que c
onsiderar que meu passado, minha historia de vida estará presente em cada ato executado, em cada gesto. Tudo que eu vivi está contido em mim. Coisas esquecidas, experiências bem resolvidas, mágoas, meu conteúdo é minha história, a substância com a qual sou construído, é a base para que eu execute meu projeto e continue a viver essa historia.

Até o final, até cada novo começo, o tempo se faz presente, se torna fato, matéria, energia, conteúdo de minha psique, força mental e força de agir. Irei até você, até o outro, minha energia fluirá carregando minha história pessoal, muitas vezes fonte de luz e poder, outras vezes sombras que invadem e obscurecem o movimento.


Na dança de nosso encontro, o outro extremo do eixo do tempo também estará presente, minha expressão social, minha imagem, meu status, aquilo que eu tenho para ser admirado ou negado. Você me verá através dessa imagem, ela estará tão presente em nosso encontro quanto a historia que cada um de nós já experimenta desde o nascimento. Mais uma vez o tempo se faz presente.

 O passado se incorpora ao meu movimento em direção à vida, em direção ao outro, a você, e o futuro se evidencia através da minha imagem, daquilo que você pode perceber em mim como um poder, como um potencial de executar meu papel no mundo, de ter uma performance, de ser alguém, de dar significado a mim mesmo e ao nosso encontro.

Na construção de minha personalidade, que é o veículo no qual irei te encontrar no outro extremo do eixo do espaço, os ingredientes principais são minha historia de vida, o ponto IV do gráfico do horóscopo, e a expectativa que a sociedade, o mundo exterior tem de mim, e que eu tenho dele, o ponto X do gráfico.

 Meu ascendente é completado por esses dois elementos, dois desafios, duas tensões, duas quadraturas que me mantém coeso e inteiro. Esses dois canais de ingresso na dimensão temporal, passado e futuro, historia e possibilidade de crescimento, campo IV e campo X, estão e estarão sempre entre nós dois, no caminho entre meu ascendente e meu descendente, que simboliza a dinâmica do encontro com o mundo e com o “outro”.

 Não existe outro caminho para que eu possa chegar até você, me projetar em você, me encontrar em você, sem atravessar essas duas extremidades do eixo do tempo, sem enfrentar minha história e meu papel no mundo, e isso é perfeitamente natural, faz parte da Lei, faz parte do nosso encontro.

Vivemos, no entanto em um mundo complexo, com pouco espaço para exercer plenamente nossos dons, e espremidos entre desejos, necessidades, medos, controle e insegurança, acabamos por criar elementos inadequados à nossa 

plenitude, ao movimento sereno e pleno em direção à vida, em direção ao outro, e tudo isso que nos é impingido por uma realidade muitas vezes hostil, como uma cascata que flui de geração em geração, de pai para filho, água contaminada por dores e medos de outros tempos – a “má-água”. 

Com todo esse conteúdo que carregamos, somos muitas vezes conduzidos a expressar nosso projeto de vida de uma forma errada, inadequada, sombria.
A inadequação acontece quando fixamos nossa atenção no passado ou no futuro apenas, no ponto IV ou no ponto X do eixo do tempo.

 Essas dimensões deveriam ser valores de conteúdo na expressão de nosso destino, de nosso projeto, mas por força de circunstancias limitadoras e minimalizadoras da formação de nossa personalidade, ou por imposição da cultura e da moral de nosso tempo, essas questões acabam se tornando prevalentes, prioridades no

 caminho até você, e nesse momento, eu deixo de ser eu para ser meu “meio do céu” ou meu “fundo do céu", e é isso que você vai receber de mim, apenas minha relação com o tempo e não minha essência e minha totalidade.


Em nosso movimento em direção ao outro, pode acontecer de eu me dar muita importância, e você se conectar em mim em função de meu ilusório “status”. Nesse caso, essa será a base de nossa relação, e por isso vou me afastando de mim mesmo e me conectando nessa auto importância, ou nas expectativas sociais a meu respeito. Deixo de ser Eu para ser o que esperam que eu seja. 

Me afasto de meu Ascendente para me tornar o Meio do Céu. O sucesso, o reconhecimento social passam a ser a referencias e o alicerce de nossa relação.Você para de se relacionar comigo e se vincula a minha imagem social.


Em nosso encontro nessa vida, talvez eu seja uma pessoa que carrega o passado consigo de uma forma muito intensa. Só o que aconteceu interessa. Só o valor de minha raça, meu sobrenome, meu berço interessam. 

Mais uma vez não serei eu a me relacionar com você. Será sim aquilo que eu quero acreditar que corresponde a minha história, com minha família a tiracolo, meu passado impregnando cada gesto meu, tudo que já passou menos o que eu sou agora.

 Só posso entender minha historia até onde vão os limites de minha capacidade de compreensão, por isso, muito do que eu acredito que eu sou a partir de minha relação com o passado pode ser uma fantasia que eu faço de mim mesmo e por isso, posso estar me relacionando com você por meio de um veículo ilusório, uma crença que me impuseram e que eu aceitei, e isso pode transformar nosso contato em algo irreal, um teatro, uma farsa, um vínculo baseado em nada.


Ambos os movimentos, os caminhos que eu sigo até você, o caminho da casa IV e o da casa X, quando rígidos e absolutos me afastam de mim mesmo. Quem se relaciona com você é uma parte de mim e nunca minha totalidade.

 E como ao segui-los eu deixo de ser eu mesmo, deixo de estar conectado a meu projeto de vida e minha própria essência, pode acontecer dos aspectos obscuros de minha personalidade, aquilo que não vivi por estar iludido, ou as distorções e patologias sociais que eu assimilo e não consigo evitar, se tornarem dominantes em nossa relação, em minha relação com a própria vida.

 A sombra do passado e a névoa do futuro me possuem e contaminam nosso olhar, distorcem no espelho o que eu vejo de mim em você e do que você vê de si própria em mim.

Esses caminhos que escolho também me afastam de você. Você vê em mim o que permito que você veja. Você vê o que eu não sou, não fui e nem serei, e eu vejo em você somente aquilo que meu olhar ansioso e obscurecido permite ver.

Quando em nossa relação surge o problema de eu perder a identidade e me afastar de minha própria essência, meu instinto de preservação me obriga a reagir a isso, e dai surge a mágoa, a aflição, o medo, e tudo isso eu atribuo a você. Mas lá, do extremo oposto de meu ascendente, o mesmo medo, a mesma magoa estão vindo. Você também está perdendo a identidade. Não se pode fugir do espelho.

As referencias temporais de nossa existência, nosso passado e nosso futuro, desafios e recursos que deveriam ser estímulos ao nosso crescimento, transformamos em infelicidade, em amargura, em insatisfação. E estamos enganados. Estamos nos enganando apenas.

Nada disso precisa acontecer. A compreensão de que estamos sendo vítimas de um erro de focalização, de uma distorção de nossa visão, pode nos ajudar e não sermos vítimas de nossas próprias sombras e apegos.

Existe uma luz maior, e nós estamos envolvidos por essa luz. Ela é muito mais poderosa que qualquer sombra. A luz do amor que fez acontecer o encontro em nossas vidas, que fez seguirmos em direção um do outro. 

A luz do amor que nos aproximou para aprendermos um com o outro e a partir dai, seguirmos nossos caminhos. Isso sempre pode acontecer entre os seres humanos. Todas as vezes que o eixo do espaço é amorosamente ativado, somos inundados pela luz.

Estamos aprendendo a entender o que da historia de vida de cada um encontra ressonância no outro. O que da expectativa social de cada um existe no outro. 

Nossas referencias internas estão ativadas, e elas, quando não são conscientizadas, se tornam perversas para nós mesmos, nos enfraquecem e machucam, talvez por não terem sido vividas direito, talvez por não terem sido resolvidas, talvez por terem sido implantadas em tempos de inocência.

 Mas as referencias interiores de nossa vida estão ai para serem usadas e trabalhadas. E se o destino nos colocou juntos, é porque podemos resolver nossa historia juntos.

Precisamos questionar o passado, desmistificar o futuro, enfrentar os apegos e as expectativas que se ocultam atrás de nossa falta de consciência e de nosso medo da solidão.

Podemos iluminar nossas sombras. Podemos resistir às ilusões e falsas promessas do mundo. Podemos flutuar, voar e exercer um amor que nunca foi visto antes, pois a luz que fez com que nos encontrássemos no centro dos eixos do espaço e do tempo tinha um plano, um projeto divino. Nada é em vão, nada é por acaso.

Creio que merecemos nos dar uma chance. Estou certo de que merecemos isso. Sempre merecemos uma chance, mesmo porque não escolhemos sofrer. Apenas permitimos que o peso do passado, o peso do futuro, a cobrança da vida, os desafios a serem enfrentados se transformem em sofrimento.

Podemos nos dar uma chance de entender nosso projeto, de entender nosso próprio movimento, nosso íntimo. Tivemos nesse fluir de energia uma boa escola, um grande recurso para entender o eixo do tempo e as sombras que daí derivaram em nossas vidas. 

Temos agora que trabalhar isso. Cada um a seu modo, cada um criando seu próprio território, cada um vivendo a dor de exorcizar seus fantasmas.

Estamos limpando o espelho, estamos limpando os olhos e o olhar, e poderemos novamente olhar um no espelho que é o outro, olhar nos olhos e passar apenas luz e ternura, pois nós enfrentamos a sombra, assustamos o medo, conquistamos nosso espaço e temos muita força juntos. 

Temos o poder de enfrentar o sonho do planeta e sobreviver e ficarmos alegres com isso tudo.
Podemos sempre olhar nos olhos da pessoa amada e rir disso tudo.
  
Valdenir Benedetti


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Postado por Dharmadhanna
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